sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Mesmo depois de todas as noites em claro


Mesmo depois de encontrar...
Chorar
Soluçar
Cantar aos céus

Mesmo depois de sorrir
Colorir os fantasmas
Descobrir as verdades

Ainda assim...
Depois de tudo
Nada vejo
Nada desejo
Nada sei

Por dias
Por anos
Sentei-me nos bancos da dor
Caminhei sobre as pedras do sofrimento
Naveguei nas águas do esquecimento
Sob a barca da solidão

Os ventos sopram a brisa da paixão
Os pássaros voam sob a força da vida
As raízes espalham-se pelas lembranças remotas

Existe mesmo o infinito?
O sonhar vibrante
A realidade tocável
O simples olhar do amor?

O beijar dos suaves acordes
O luzir de vozes míticas
O dançar sedutor da melodia

Olhar profundo
Sombrio...
Tangível...
Perturbador dos Mortais

Quem são estes seres
Vestidos com o fino manto da inocência
Trazendo o intocável véu da verdade

Banhado nas sombras da incerteza
Trajando o ego perturbado
O cingir da lâmina da mentira
Na lâmina do corpo
Aqui estou...

Para que trazem a mim
Este véu?
Não sabem que ao tocar meu pútrido ser
Definhará sob o olhar do arrependimento?

Um dia talvez...
Os elos se quebrem
A voz se desfaça
As correntes definhem
Um dia...

Neste dia tudo o que sobrará
Será apenas o
EU
O verdadeiro senhor
O verdadeiro deus
O verdadeiro Universo

Nenhum comentário:

Postar um comentário