Uma das mais belas e elegantes na minha opinião. Sempre achei essa flor de beleza exótica e singular, singela e ao mesmo tempo exuberante.
A Orquídea!
As
orquídeas são plantas da família Orchidaceae, pertencentes à
ordem Asparagales, uma das maiores famílias de plantas existentes
no mundo. Apresentam várias e variadas formas, cores e tamanhos e estão
presentes nas áreas tropicais de todos os continentes, à exceção da Antártida.
As
orquídeas crescem sobre árvores, que usam como apoio na busca da luz, mas
não são parasitas, nutrindo-se apenas de material em decomposição que
cai das árvores e se acumula em suas raízes. Elas se reproduzem de várias
formas: na natureza pela dispersão das sementes, e em cultivo, pela divisão de
touceiras, semeadura in-vitro ou meristemagem.
Como
as flores, a orquídea tem uma lenda. Eis a encantadora história, como é contada
nas terras da Indochina. Na cidade de Anam, existia uma jovem chamada Hoan-Lan,
que divertia-se em fazer penar suas paixões aos seus numerosos adoradores.
O pintor Nguyen-Ba conseguiu obter cores desconhecidas para pintar o retrato
de sua amada. Esta, porém, depois de ter exibido para a satisfação de sua
vaidade a magnífica pintura, desprezou o artista, que desapareceu para sempre
no mistério das selvas.
Mai-Da, apaixonado também, quis patentear seu amor à
jovem volúvel, inventando um perfume delicioso somente digno dos anjos. A
ingrata perfumou-se e mandou pôr na rua o seu adorador que, nada mais aspirando
na vida, se envenenou.
Cung-Le levou sua perseverança a incrustar nácar numa
pulseira de ébano que foi recebida pela ingrata. O pobre endoideceu.
Em meio de seu desespero, Hoan-Lan lembrou-se do Deus Todo Poderoso que vivia na montanha de Tan-Vien. Talvez ele pudesse lhe valer. Apesar da noite escura e chuvosa, a jovem dirigiu-se ao monte sagrado, onde residia sua última esperança. A entrada do templo subterrâneo era guardada por um terrível dragão. Suplicou-lhe a concessão de entrada e ao cabo de muitos pedidos conseguiu penetrar num extenso corredor, por entre serpentes horríveis que lhe babujavam os pés nus.
Quando chegou junto ao trono de ônix do poderoso gênio, prostrou-se e implorou:
- Cura-me, que sofro horrorosamente. Amo Mun-Cay que me despreza.
- É justo o castigo - respondeu o deus - Porque isso mesmo tens feito aos teus apaixonados.
- Ó Todo Poderoso, tem dó de mim. Concede-me o amor de meu querido Mun-Cay. Sabes bem que não posso viver sem ele.
- Vai-te daqui - rugiu o gênio - Nada conseguirás. O castigo que pesa sobre ti, foi imposto pelo Deus das Cinco Flechas, que tudo sabe. É justo que sofras. Saia do meu templo.
Á saída, Hoan-Lan encontrou-se com uma bruxa de pés de cabra.
- Formosa jovem - disse-lhe a bruxa - sei que és muito desgraçada. Queres vingar-se de Mun-Cay? Vende-me a tua alma e juro-te que, embora Mun-Cay não te ame, não amará a outra mulher.
- Formosa jovem - disse-lhe a bruxa - sei que és muito desgraçada. Queres vingar-se de Mun-Cay? Vende-me a tua alma e juro-te que, embora Mun-Cay não te ame, não amará a outra mulher.
Hoan-Lan, voltou à sua casa, que lhe parecia um cárcere. Saía para os
bosques a distrair sua pena, mas sempre em vão. Um dia, vendo ao longe seu
adorado Mun-Cay, correu para ele e, quando se preparava para abraçá-lo, o jovem
foi transformado numa árvore de ébano.
Neste momento apareceu a bruxa que, soltando uma gargalhada, lhe disse:
- Desta maneira o teu amado não pode ser nunca de outra mulher.
- Bruxa infame, exclamou chorando, a pobre Hoan-Lan - o que fizeste a meu adorado ? Devolva-me ou mate-me.
- Contratos são contratos - replicou a bruxa, rindo satanicamente. Cumpri o que prometi. Mun-Cay, embora nunca te ame, não amará a outra mulher. Prometi e cumpri. A tua alma me pertence.
- Bruxa infame, exclamou chorando, a pobre Hoan-Lan - o que fizeste a meu adorado ? Devolva-me ou mate-me.
- Contratos são contratos - replicou a bruxa, rindo satanicamente. Cumpri o que prometi. Mun-Cay, embora nunca te ame, não amará a outra mulher. Prometi e cumpri. A tua alma me pertence.
Hoan-Lan, abraçada ao pé da árvore, clamava desesperadamente a seu tronco
imóvel.
- Perdoa-me, Mun-Cay. Tem para mim uma só palavra de amor, de indulgência e
compaixão. Não vês como me arrasto aos seus pés, como te abraço, como sofro!
Mas a árvore nada respondia. A jovem ali ficou por muito tempo. Uma manhã
passou por ali um gênio que se compadeceu da sua dor. Acercando-se dela,
pôs-lhe um dedo na testa e disse:
- Mulher, procedeste muito mal. Foste volúvel até a crueldade e ingrata até
a malvadez.
Procedeste muito mal. Mas tua dor purificou a tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar a tua alma, vou transformar-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, uma flor esquisita e requintada, que dê a impressão do que foi a tua vida maldosa. Quem vir as tuas pétalas facilmente adivinhará o que foi o teu espírito, caprichoso, volúvel, cruel, e a tua preocupação constante pela elegância. Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás da sua seiva, sempre parasita do teu amado.
Procedeste muito mal. Mas tua dor purificou a tua alma. Estás perdoada e vais deixar de sofrer. Antes que a bruxa venha buscar a tua alma, vou transformar-te numa flor. Ficarás sendo, no entanto, uma flor esquisita e requintada, que dê a impressão do que foi a tua vida maldosa. Quem vir as tuas pétalas facilmente adivinhará o que foi o teu espírito, caprichoso, volúvel, cruel, e a tua preocupação constante pela elegância. Concedo-te um bem: não te separarás do bem que adoras e viverás da sua seiva, sempre parasita do teu amado.
Assim falou o poderoso gênio. E, quando falava, a túnica rósea de Hoan-Lan
ia empalidecendo e tornando-se de uma delicada cor lilás. Os olhos da jovem
brilharam como pontos de ouro e as suas carnes tomaram a tonalidade do nácar.
Os seus formosos braços enrolaram-se na árvore na derradeira súplica.
E assim apareceu a primeira orquídea do mundo, segundo a lenda do Anam.
Nenhum comentário:
Postar um comentário